Durante sua participação no III Seminário Estadual de Serviço Social e Direitos Humanos, realizado nos dias 18 e 19 de julho de 2019, na Ufes, a professora e pesquisadora Camila Valadão falou sobre racismo institucional, apontando caminhos possíveis diante da atual conjuntura e reforçando a postura necessária de enfrentamento para os dias atuais.
Nesta entrevista, Valadão fala um pouco mais sobre o racismo e a importância de se manter o assunto em debate, além de se posicionar diante da política nacional vigente.
Qual a importância desse momento, de conseguir, diante da atual conjuntura, falar e discutir sobre racismo? Pode-se dizer que é um tema atual e que, cada vez mais, vem sendo inserido na sociedade?
Eu acho que os/as negros/as sempre falaram sobre o racismo, no Brasil, e sempre resistiram. Mas o que acontece é que algumas vozes sempre foram silenciadas, no nosso país. Historicamente, temos algumas pessoas com autorização para falar (por todos) enquanto muitas outras nunca falaram, nem por elas. O que está acontecendo, agora, é que, meio pé na porta, a gente vai falar (sobre o racismo). A gente quer debater esse tema, quer ele na ordem do dia. Óbvio que aliado a um conjunto de políticas e avanços da população negra, conquistados a partir de muita luta e em alguns âmbitos. A gente ainda tem muito que avançar. Mas já temos a política de cotas, por exemplo, o que permitiu que alguns negros/as chegassem à universidade. Enfim, acredito que a população negra está cada vez mais cansada, também. E decidiu que vai falar.
Não é uma situação de momento, então?
Não! O racismo é um elemento estruturante desse sistema. Ele está presente, no Brasil, desde o nosso processo de formação, historicamente presente há muitos séculos. Esse não é um tema que está na conjuntura, esse é um tema que perpassa toda nossa história, mas que foi historicamente invisibilizado. Agora, precisamos buscar, cada vez mais, dar visibilidade a essa pauta.
Diante desse atual Governo, onde as causas dos direitos humanos entram na mira do conservadorismo, como apontar para a sociedade que a perda de direitos não começou somente agora? Que o racismo não começou só agora?
O racismo, nessa conjuntura atual, de crise mundial, com desdobramentos diferentes em cada países; e também do atual governo do nosso país, que tem um caráter chamado por alguns de protofascista, em que ele utiliza o discurso racista, machista e misógino como forma de mobilizar setores conservadores da sociedade brasileira… Então, agora, o racismo é atualizado, podemos dizer assim. Ele sempre existiu, mas é atualizado a serviço de um projeto político, que pretende massacrar as parcelas negras e que entende que existe um povo superior e um povo inferior. Que é exatamente o pensamento racista, quase de eugenia, de extermínio. Esse é o racismo atual, o qual enfrentamos.
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